Já escrevi uma vez, em post anterior, como o governo de Obama insiste em permanecer com velhas práticas da infeliz doutrina Bush, à época me referia ao fato do presidente continuar com a guerra no Afeganistão; mas agora o erro teimoso da vez é o bloqueio à Cuba. Mesmo que se tenha feito o esforço para que o ilha volte a fazer parte da OEA depois de tantos anos, parece que o governo norte-americano anda só no discurso quanto a outros pontos, que julgo ser de maior importância do que sua inclusão na OEA, como o acesso a telecomunicações.
Parece que o governo Obama tem ficado só no discurso para que empresas norte-americanas se instalem em Cuba para resolver esse problema das telecomunicações. É... E pensar que o cara se elegeu prometendo justamente o diálogo e não ser como seu antecessor... Tudo bem que ele até tem melhorado em algumas coisas, mas outras parecem que ficarão do mesmo jeito, infelizmente.
Para vice-ministro cubano da Informática e das Comunicações, o governo estadunidense pode ter mudado “fundamentalmente de discurso, não de ação”.
Apesar de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, ter afirmado que facilitaria o acesso de Cuba às redes de telecomunicações, não é bem isso que autoridades cubanas observam. De acordo com informações de Cubadebate, para Jorge Luis Perdomo, vice-ministro cubano da Informática e das Comunicações, o governo estadunidense pode ter mudado “fundamentalmente de discurso, não de ação”.
Em entrevista à agência DPA, Perdomo revela as promessas de Obama em relação às redes de telecomunicações em Cuba que ainda não foram concretizadas. “Uma coisa é a linguagem do governo, o que Obama diz e o que a Administração está dizendo afora e outra coisa é toda a estrutura jurídica que eles têm implementado e como estão trabalhando”, destaca.
Em abril do ano passado, Obama afirmou que concederia licenças a empresas de telecomunicações para que estas trabalhassem com Cuba. Seis meses depois, de acordo com informações de Cubadebate, uma companhia de Miami anunciou que recebeu permissão do governo estadunidense para construir um cabo submarino de fibra óptica para ligar o sul da Flórida (Estados Unidos) a La Habana (Cuba).
Entretanto, o vice-ministro cubano da Informática e das Comunicações, quem também é responsável pela área de Investigação e de Desenvolvimento, afirmou não ter conhecimento sobre o projeto e que a leis de bloqueio – econômico, financeiro e comercial – a Cuba continuam iguais. “[Para realizar tal projeto] precisa mover toda uma estrutura jurídica, administrativa, econômica, e disso não se moveu uma só peça”, apresenta.
Perdomo não duvida que as empresas estadunidenses tenham interesse no projeto e destaca a “necessidade” de comunicação entre os dois países, já que existem muitos cubanos que vivem no país norte-americano, mas alerta para a falta de “vontade por parte de Washington para avançar a respeito”. Ao mesmo tempo, comenta sobre a inclinação da Ilha ao projeto:
“Cuba tem a melhor disposição de que se avance tudo o que se possa avançar neste caminho, mas sobre a base do respeito à soberania, à independência, à igualdade de condições no diálogo. Enquanto as leis do bloqueio existirem e existir a política de hostilidade do governo de Estados Unidos contra Cuba, é muito difícil poder começar a abrir caminhos neste sentido”.
Dificuldade de acesso a equipamentos e tecnologias são apenas alguns problemas vividos por Cuba por conta do embargo estadunidense. Entretanto, aos poucos, a Ilha consegue aliados contra o bloqueio, como é o caso de Venezuela, que pretende colaborar com projetos de integração tecnológica com um cabo de fibra óptica que sairá do país sul-americano até a Ilha caribenha. Com o projeto, que deve ficar pronto no próximo ano, Cuba poderá ter acesso a redes de dados e de telefonia a custos mais baratos.
Extraído de cartacapital.com.br
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