Hoje a noite conheceremos aquele ou aquela que governará o nosso país pelos próximos 4 anos, sucedendo o presidente Lula que foi nosso presidente por 8. Mas, independentemente de quem seja, é inegável que perderemos consideravelmente o carisma que o nosso presidente constituiu junto a imagem do nosso país, idem o seu "jogo de cintura". Mesmo que o nosso presidente não tenha conseguido coisas importantes para nosso país como uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU ou conseguir que se firmasse um acordo climático não há como negar que a sua figura a frente de nossa nação elevou o país a um outro patamar no cenário mundial que até pode continuar com o novo presidente, mas não com a mesma força...
Rio de Janeiro, 29 set (EFE).- O resultado das eleições presidenciais no país manterá sem grandes mudanças a política externa e colocará o vencedor diante do desafio de preservar a liderança regional exercida por Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seus oito anos de Governo, Lula se transformou no porta-voz informal da América Latina e dos países em desenvolvimento, o que não será fácil de manter por quem for eleito nas eleições do dia 3 de outubro.
A favorita é Dilma Rousseff, do PT, escolhida por Lula como sua candidata para sucedê-lo, mas ganhe ela ou o opositor José Serra (PSDB), o que parece improvável a julgar pelas pesquisas, os especialistas acreditam que as mudanças na política externa serão mínimas, principalmente nas relações regionais.
"Não haverá maiores mudanças. O Brasil vai continuar sendo um país ativo e vigoroso na política externa", disse à Agência Efe o ex-diplomata Marcos Azambuja, que foi secretário-geral da Chancelaria brasileira e embaixador em Paris e Buenos Aires.
Segundo Azambuja, se Dilma ganhar "vai manter a política de aproximação com regimes como Cuba e Venezuela, enquanto Serra tenderia a dar mais força a outras relações".
"Independentemente do vencedor, a tendência é que se mantenha a linha que este Governo seguiu", assinala a analista política Maria do Socorro Souza Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos.
Isso se explica porque além da simpatia ideológica ou da conveniência comercial que levou Lula a estreitar relações com Governos pouco apegados à democracia na América, Ásia e África, a política externa do país é marcada pelo Ministério das Relações Exteriores.
"O PT pretendeu fazer da política externa algo partidário, mas essa não é a tradição brasileira", explica Azambuja.
Nesta campanha eleitoral as relações internacionais foram ignoradas, mas também passaram por alto assuntos cruciais como a necessidade das reformas fiscal e trabalhista, e escassamente foram tocadas as reformas política e tributária.
Embora a política externa não sofra maiores variações, o perfil internacional do Brasil mudará a partir do dia 1º de janeiro de 2011, porque nenhum dos candidatos a suceder Lula tem seu carisma ou seu prestígio.
Desde sua chegada ao poder em 2003, Lula deu ênfase à integração física regional e ao fortalecimento do Mercosul, impulsionou a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e liderou os países emergentes nas reuniões do Grupo dos Vinte (G20) para discutir soluções para a crise mundial.
Seu Governo também buscou, sem sucesso, um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a conclusão da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e acordos sobre meio ambiente nos fóruns internacionais.
Da mesma maneira, fomentou a participação do país em foros como o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o IBSA (Índia, Brasil e África do Sul) e o Aspa (América do Sul-Países Árabes), tentando ser mediador nos conflitos do Oriente Médio e promovendo a cooperação com os países centro-americanos e africanos.
Os analistas consideram que seu sucessor não manterá uma atividade internacional tão intensa porque algumas dessas iniciativas respondem mais a projetos pessoais do presidente que a políticas de Estado, tanto que se diz que quando deixar o poder, Lula criará uma fundação para trabalhar contra a pobreza na África.
Como nem Dilma nem Serra têm a simpatia de Lula, isso também diminuirá a febre que nos últimos anos o Brasil gerou no exterior.
"São políticos com características bem distintas e com visões diferentes do internacional", opina Maria do Socorro, que assinala que Dilma, embora seja a sucessora de Lula, não poderá herdar "o carisma e jogo de cintura do presidente, e Serra, que também não é nada simpático, tem uma visão diferente da política externa".
De fato, as únicas referências internacionais na campanha foram feitas por Serra, crítico da estagnação do Mercosul, da amizade de Lula com Evo Morales, presidente da Bolívia, de onde provém, segundo disse, a maior parte da cocaína que entra no Brasil, e das "relações de carinho e amizade com o ditador iraniano" Mahmoud Ahmadinejad.
"As críticas são poucas mas verdadeiras, há um envolvimento excessivo com o Irã e com o Oriente Médio, e isso é uma imprudência", ressalta Azambuja. EFE
Extraído de msn.com.br
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