sábado, 24 de setembro de 2011

Pesquisa do IPEA revela dados sobre a renda brasileira

Recente pesquisa do IPEA revela dados sobre a renda da população brasileira e sobre a desigualdade em nosso país.

Como já era de se esperar a renda sofre um aumento e a desigualdade sofre queda. Muito disso se deve ao crescimento econômico que o nosso país vem apresentando, associado as políticas de redistribuição de renda ou assistencialistas, como queiram, como é o caso do Bolsa Família. 

Outro dado que também já não nos causa espanto revela que o número de filhos por casal vem decaindo e que o número de casais sem filhos sofreu aumento. Isso se deve ao custo elevado da criação de filhos, que faz casais reconsiderarem a vontade de ter filhos haja visto os gastos que terão que assumir com essa decisão que pode levá-los a uma situação bastante complicada financeiramente. 

Afinal de contas, mesmo que a renda tenha aumentado e as desigualdades diminuído, ainda vivemos em um país com juros e impostos abusivos. Sendo assim criar filhos torna-se uma tarefa financeiramente onerosa e que cada vez mais casais parecem estar dispostos e não enfrentarem. 

Contudo, vemos que o número de filhos por casal ainda é alto em setores da sociedade onde a renda é precária. Muito disso se deve a falta de informação e acesso a métodos contraceptivos que as pessoas que compõem este setor da sociedade possuem, mas não podemos fechar o olho também para casais que optam por ter mais filhos para assim conseguirem uma renda maior em cima do bolsa família. Apesar de triste, não podemos fechar os olhos para essa realidade e fingir que não há pessoas que se valem dessa prática, pois há sim.

Dados como esse reforçam ainda mais que a nossa pirâmide etária vem sofrendo uma transformação onde nossa base tenderá a estreitar ao longo dos anos e do meio para o topo tenderá a se alargar, configurando assim o nosso país como um Brasil com predominância de população adulta e idosa. 

Isso futuramente poderá acarretar em algumas mudanças tais como:

  • Aumento dos custo com previdência, já que nossa população terá mais aposentados do que pessoas trabalhando. 
  • Mudança no quadro médico do país, já que com a maioria de idosos serão precisos mais geriatras do que pediatras que hoje compõem a maioria, em relação aos geriatras, de profissionais do sistema de saúde devido a nossa população ser jovem.
  • Aumento do tempo de contribuição para a previdência social, pelo mesmo motivo do primeiro apontamento. 
  • Modificação de equipamentos urbanos para atender aos idosos (esse na verdade já deveria estar sendo feito desde agora, ou melhor, sempre deveria existir, mas nunca foi dada a devida atenção aos idosos...)
Pelos dados da pesquisa, a mudança caminha mesmo para se concretizar. Contudo, quer apostar como nossos governantes vão esperar a bombar estourar para depois tentar fazer algo quando poderiam implementar ações desde agora para que, por exemplo, a previdência não acabe sofrendo um déficit enorme com o envelhecimento populacional ?

Mas como dizem... Pra que eles pensarão nisso ? O mandato deles só duram 4, no máximo 8 anos. E isso só vai acontecer daqui há uns 20 mesmo... Não é responsabilidade deles não é mesmo ?...

Depois tem gente que se pergunta porque esse país não vai pra frente... 


O estudo Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira, divulgado nesta quinta-feira 15 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que entre 2004 e 2009 a desigualdade no Brasil caiu 5,6% e a renda aumentou 28%. Uma melhora atribuída, entre outros fatores, ao crescimento econômico, geração de empregos, aumento da escolaridade de adultos e aos programas de transferência de renda.
No período avaliado, passou de 51,3 milhões para 77,9 milhões o número de brasileiros vivendo em famílias com renda igual ou maior a um salário mínino (545 reais em 2011) por pessoa, um aumento de 26,6 milhões. No entanto, em 2009, 107 milhões de indivíduos tinham renda inferior a 465 reais per capita por mês.
Naquele mesmo ano, 69% da renda dos brasileiros teve origem em trabalho com mais de um salário mínimo, 4% com salário igual a um mínimo e 14% da Previdência Social, com salário superior ao mínimo.
No entanto, o estudo mostra que a diferença na dependência de benefícios do governo entre os não-pobres (545,00 reais ou mais por pessoa ao mês) é elevada. Nesta faixa da população, 74% das pessoas possuem renda de trabalho maior que um salário mínimo, enquanto 49% dos extremamente pobres (até 67 reais mensais por pessoa) recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo por mês a idosos, deficientes e incapacitados, e 39% o Bolsa Família, as maiores proporções registradas respectivamente.
Segundo o levantamento, ainda houve uma alteração na composição familiar. Em 2004, 40% das famílias eram formadas por um casal com um a três filhos, 9% de mulheres com um a três filhos, 4% da população com quatro ou mais crianças e 47% sem crianças.
Cinco anos depois, os casais com um a três filhos somavam 35%, as mulheres com um a três filhos mantiveram os 9%, a proporção de pessoas com quatro crianças ou mais caiu pela metade, 2%, e aumentou para 53% a porcentagem de indivíduos sem filhos.
As estatísticas também mostram que, em 2009, 73% dos não pobres não tinham filhos, a maior proporção entre as camadas sociais analisadas. Por outro lado,  os extremamente pobres possuem o maior índice de quatro filhos ou mais do País, 23%.
Pobreza
A distribuição espacial da pobreza não sofreu muitas alterações no período, sendo que se concentra em maior proporção nas zonas rurais de pequenas cidades nordestinas. Nas zonas urbanas do Sudeste e grandes municípios do Nordeste, a incidência de pobreza extrema é menor em proporção, mas devido à quantidade de habitantes dessas regiões, o número de extremamente pobres é elevado.
O estudo divide a população brasileira em Idade Ativa e a classifica em famílias com conexão agrícola, em que ao menos metade se enquadra na categoria de produtores agrícolas, famílias com conexão precária – composta por empreendedores e empregados informais – e as famílias sem conexão, nas quais ninguém está ocupado.
As famílias com conexão agrícola são quatro vezes mais associadas à pobreza extrema e 2,4 vezes mais à pobreza do que o esperado. As famílias sem conexão estão 3,6 vezes mais associadas à pobreza extrema e 1,3 vezes à pobreza. Já as famílias com conexão precária aparecem mais intensamente relacionadas à pobreza do que à extrema pobreza.
As famílias extremamente pobres sem conexão possuem 61% de sua renda composta por transferências do Bolsa Família, enquanto as famílias vulneráveis e as não pobres têm na previdência e na assistência social mais de 70% de sua renda.

Extraído de cartacapital.com.br

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