quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cinema, Pipoca e Geografia! - Operação Valquíria








Depois de um bom tempo sem postar títulos de cinema aqui, volto com uma boa dica, mesmo que seja por um motivo simples. 

Todos sabemos e conhecemos sobre o nazismo e sua história. Mas, uma coisa que tenho percebido, principalmente quando toco nesse tema em sala de aula é que grande parte dos alunos acham que todos na Alemanha apoiavam Hitler, que não havia resistência ou tentativa de tirá-lo do poder. 

Motivado por essa questão vim ao blog recomendar o filme "Operação Valquíria" que nos mostra a tentativa por um grupo de pessoas de tentar assassinar Hitler e assim dar fim a sua loucura nazista. Afinal de contas, como dizia Foucault "onde há poder, há resistência" e não foi diferente na Alemanha governada por Hitler. 

É um bom filme e vale a pena conferir. 



É bom tomarmos cuidado

Com o Dólar desvalorizando e o capital internacional cada vez mais entrando em nosso país, por conta da altas taxas de juros cobradas, corremos o risco de atirar no nosso pé. 

Neste cenário que se desenha importar será bem mais vantajoso e com isso nossa indústria pode sucumbir, principalmente aos produtos chineses. O que aconteceu em Franca-SP, conhecida por sua indústria calçadista que foi praticamente dizimada por não conseguir competir com os calçados chineses. 

Mas não é só nossa indústria que merece nossa atenção... Um velho problema também deve ser resolvido para que possamos nos afirmar no cenário mundial e assim sair do status de promessa que ainda temos: a educação. 

Sim, ela mesma. Ineficiente no ensino básico público e no ensino superior privado, salvo raríssimas exceções; nossa educação precisa ser olhada com a devida atenção, leia-se o devido investimento, pelo menos no caso do ensino público básico. Já as Universidades Particulares, cabe um arroxo por parte do Governo na melhora do ensino de qualidade (nem vem me dizer que o ENADE é parâmetro pra isso, pois não é já que uma simples prova é incapaz de avaliar a qualidade de uma Universidade, ou você acha que uma prova avalia a estrutura de uma Universidade, por exemplo ?; além disso tem saído reportagens acerca de fraudes praticadas que só ratificam o que eu disse).

Isso sem contar uma amortização mais eficiente da dívida pública, buscando a redução do consumo tantos recursos que poderiam ser investidos em outras áreas que merecem atenção como saúde e educação. 

O caminho é longo, as dificuldades se somam, mas já passou da hora de tomarmos medidas para contornar essa situação, mesmo a longo prazo. Mas, em um país onde se pensa por mandato e não a longo prazo, será mesmo que tomaremos o rumo que nos levará de pura promessa a um país consolidado como central ?

A enxurrada diária de dólares que ingressa no país, destinada quase toda ela a operações especulativas, é estimulada pela nossa política de juros altos que vem dos tempos cada vez mais longínquos da inflação alta, quando o Estado, para financiar seus gastos, era obrigado a se submeter aos ditames do capital financeiro. Ora, há cerca de duas décadas que a inflação está sob controle e o governo ainda hesita em completar a desindexação da economia, providência indispensável para que os juros caiam para patamar civilizado. Enquanto houver diferença significativa entre a taxa de juros internos e a de juros externos, o capital especulativo correrá para cá, a não ser que o governo estabeleça controles sobre o fluxo de capitais, como recomendado hoje até por economistas do Banco Mundial.
Mais ainda, da associação de juros altos à depreciação da moeda norte-americana decorrem algumas conseqüências graves, a começar pela  invasão de importados, principalmente de manufaturados, e principalmente chineses. Isso que pode ser chamado de crise cambial está a refletir-se na produção industrial, atacada no mercado interno via concorrência dos importados e contundência dos juros altos, e prejudicada no acesso ao mercado externo, via desvalorização do dólar.
EUA, Europa e China, isto é, todas as grandes economias, desvalorizam artificialmente suas moedas para assim poderem exportar mais, e para exportar mais reduzem a capacidade de produção dos demais países numa concorrência desleal e predatória que compreende barreiras alfandegárias claras ou mascaradas e subsídios.  Essa política vem de décadas, há duas pelo menos, e portanto antecede à crise financeira global (a história é velha: livre-cambismo como receita para as colônias, protecionismo como prática da metrópole), a qual,  agora, é apenas pretexto para seu aprofundamento. Diante dessa política, a OMC (Organização Mundial do Comércio) nada faz, porque seu conceito de livre-comércio é seletivo. Depende dos interesses das grandes potências. Os emergentes e os mais pobres, de sua parte, ainda não encontraram alternativas de defesa, nem lançam mão, de forma concertada,  de medidas clássicas, paliativas ou não, como a regulação dos fluxos de capitais, como o estabelecimento de cotas de importação, a taxação das importações e a desoneração das exportações (acompanhada de  financiamento) ou mesmo o controle cambial, ou ainda uma política de Estado que leve o sistema financeiro privado a investir na atividade produtiva. Limitados, como é sabido, por contradições, os BRICs se vêem, até o momento, impossibilitados de agir como um coletivo.
Nosso real sobrevalorizado é consequência da desvalorização artificial do dólar, do euro e do yuan. É verdade. Mas essa não é a única explicação para a crise da indústria nacional, que não se encerra, tampouco, na alegada baixa produtividade nacional. É evidente que não se podem pôr de lado os efeitos dos já mencionados juros ainda estratosféricos, nem muito menos o peso da carga tributária, nem o alto custo da burocracia, nem as deficiências de infraestrutura  e logística em geral (com destaque para os sistemas viário e portuário), nem muito menos o custo do capital para quem não tem acesso ao sistema BNDES, nem o custo da energia (cujos preços subiram na última semana para R$ 188 por megawatt-hora, o mais alto valor em 17 meses), nem  a dependência de insumos e tecnologia, importados.
Tudo isso precisa ser levado em conta, mas há mais o que considerar, como os custos do financiamento da dívida pública, que em 2010, com juros e amortizações (incluindo refinanciamento), consumiu a bagatela de R$ 635 bilhões, nada menos que 45% dos recursos da União! Recursos os quais poderiam, em parte, estar sendo mobilizados para o ataque às nossas notórias deficiências nas áreas de serviços e infraestrutura. Muitos dos problemas nomeados no parágrafo anterior poderiam ser enfrentados.
Sem descartar todas essas questões objetivas, é preciso pôr na mesa o que nos parece ser o núcleo de todos os problemas: a inexistência de uma política industrial que associe o papel indutor do Estado (com destaque para suas responsabilidades estratégicas)  a um mínimo de protagonismo do empresariado nacional, pouco afeito ao pioneirismo e amante do rentismo.
O Brasil precisa livrar-se do modelo de industrialização (tardia) dependente implantado nos anos 50 do século passado, dependente do mercado fechado à concorrência, dependente de tecnologia (importando tecnologia vencida), dependente de capital estrangeiro, caro, e hoje dependente de exportações, para voltar-se para o mercado interno (que os governos de Lula-Dilma têm expandido e vão continuar expandindo), contribuindo efetivamente para o desenvolvimento (sustentável) do país e melhoria de qualidade de vida de nosso povo, gerando empregos e redistribuindo renda. Repitamos à exaustão: as potências se medem pelo tamanho de seus mercados internos e sua soberania está na ordem direta de sua capacidade de atender autonomamente às suas necessidades, capacidade medida pelo seu índice de desenvolvimento científico e tecnológico.
Jamais seremos o país com o qual sonham as atuais gerações enquanto dependermos da exportação de grãos, ou, amanhã, de petróleo bruto.
O papel do Estado será crucial, principalmente considerando as características de nosso empresariado, não raro infenso à inovação e resistente a investir em pesquisa  tecnológica (pois prefere a dependência sem risco do pagamento de royalties).  Para o que quer que seja, para qualquer melhoria, seja econômica, seja social, precisamos, coletivamente, sociedade, Estado, empresariado, enfrentar nosso verdadeiro calcanhar de Aquiles: um modelo de educação mais que deficiente e uma universidade, privada, descomprometida com a formação de profissionais qualificados.
Do ponto de vista ideológico, despertando as entidades de classe de sua letargia, presas às miudezas do dia-a-dia, e no silêncio da universidade, ao governo cumpre abrir e estimular e sustentar (sem medo das viúvas do neoliberalismo) uma discussão nacional sobre nosso projeto desenvolvimentista (que país queremos?) e, do ponto de vista de política industrial, optar por aquelas linhas  de maior emprego de tecnologia avançada, garantidoras de nosso futuro, como a nanotecnologia, a biotecnologia e a fusão nuclear, a fonte energética do futuro próximo, necessária, limpa e barata. O país que fez a Embrapa, que construiu o BNDES e o CNPq, pode e deve comandar esse processo. Mas é operação para já.
Não queremos, é certo, ser o ‘país do futuro’, louvaminha que virou maldição. Mas seria igualmente trágico, agora que começamos a tomar gosto pelo jogo do crescimento, nos tornarmos “aquele que poderia ter sido e não foi”, como nos lembrava o sempre saudoso Darcy Ribeiro. Por isso, cumpre agir. Dizem os chineses, sempre eles, que na vida há três coisas sem volta: a flecha atirada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.



Inglaterra: Vítima das prórprias atitudes

Não só apenas países como Grécia, Espanha e Portugal que sentiram o duro golpe da crise que vem se arrastando desde 2008, a Inglaterra também vem dando seus sinais. 

Mas, na terra da Rainha, as coisas já vinham caminhando para isso desde idos dos anos 80, quando a Dama de Ferro ainda tinha o controle do país. 

Com medidas que levaram a desregulamentação da economia, minaram o poder do mercado interno e fomentaram uma agricultura completamente incipiente a Inglaterra colhe agora o que plantou no passado. 

Mas a culpa disso não se restringe a Tatcher, pois suas medidas foram acompanhas por outras por mandatários como Tony Blair e agora Osborne que brada um discurso tão pífio, beirando a infantilidade quando se assemelha a uma criança mimada que vê outras crianças se tornarem melhor do que ela ao longo dos anos e não consegue suportar isso, o levando a dar declarações como a expressa na reportagem abaixo; isso sem contar na sua mais recente medida: reduzir os impostos sobre os riscos sob a desculpa de que os mesmos irão usar o dinheiro para investir mais na Inglaterra. (quem foi que garantiu isso a ele ?) 

O curioso disso é que agora vemos um país que ao longo de sua história prejudicou economias alheias, a Índia que o diga, agora provam do próprio veneno e veem sua economia se fragilizar e seu telhado ficar tão vítreo quanto aqueles em que costumava atirar pedra na época anteriores. 


Nos últimos 30 anos, o Reino Unido transformou-se em uma espécie de laboratório de catástrofes. Espaço das ideias “inovadoras” que pareciam quebrar consensos estabelecidos, chega hoje a uma situação social e econômica bem exemplificada na frase enunciada desesperadamente por seu ministro das Finanças, George Osborne, há mais de uma semana, à ocasião da aprovação do novo Orçamento: “Nós vamos assistir aos Brasis, às Chinas e às Índias como potências mundiais à nossa frente na economia global ou teremos a determinação nacional de dizer: ‘Não, não ficaremos para trás. Nós queremos liderar?”
Se Osborne tivesse um pouco de curiosidade especulativa, ele perceberia que a crise na qual seu país entrou, de maneira muito mais forte se comparada a vizinhos como a França e a Alemanha, é apenas o último capítulo de uma destruição há muito gestada. Sem parque industrial relevante, sem base agrícola, com a economia reduzida ao setor de serviços e finanças, o Reino Unido é o melhor exemplo de um país completamente vulnerável aos humores da economia mundial nesta época de desregulamentação.
As respostas a tal vulnerabilidade parecem mecanismos autistas de defesa que só conseguem piorar o quadro. Para começar, o primeiro-ministro David Cameron, bastião da moralidade britânica e amigo de cidadãos irrepreensíveis como o magnata da mídia Rupert Murdoch, apresentou um pacto recessivo baseado em cortes de gastos estatais, demissão de 400 mil funcionários públicos e privatização de fato do sistema universitário, com direito a fechamento de departamentos não alinhados ao novo padrão técnico de ensino.
Não é preciso ser um keynesiano radical para perceber que tal política apenas piora a capacidade da economia de contar com seu mercado interno, isto em uma época em que o Reino Unido nada tem a exportar. Sem lembrar que, ao desmantelar ainda mais os aparelhos de seguridade social, Cameron deu sua contribuição para colocar fogo na crise social que a Inglaterra assistiu não faz muito tempo: no ano passado, quando hordas de jovens da periferia quebraram e saquearam lojas.
Seu governo apresenta agora um inacreditável “plano de recuperação” baseado em corte de tributos para os mais ricos (cujo Imposto de Renda cairá de 50% para 45%) e aumento da idade para a aposentadoria. A justificativa para a redução do imposto dos ricos seria “incentivar o aumento do empreendedorismo”. Não, não se trata de uma piada. Cameron quer levar os britânicos a acreditar que os milionários não pegarão tal sobra de dinheiro e a aplicarão no sistema financeiro internacional, principalmente em países como o Brasil, onde eles terão muito mais retorno com juros do que empreendendo em uma economia combalida. O Reino Unido ganharia mais se tivesse um governo com os pés no chão, em vez de indivíduos que deliram mundos possíveis onde ricos investem na produção e bancos trabalham em favor da economia real.
A passividade britânica diante dos desatinos de seu governo vem, entre outras coisas, da sedação pela qual o país passou nestes últimos 30 anos. Primeiro, foi a era Thatcher com a tríade desregulamentação do sistema financeiro, privatização e flexibilização do mercado de trabalho, e a consequente Jihad contra os sindicatos. Estávamos na década de 1980 e Thatcher formava com Ronald Reagan o Casal 20 dos novos tempos. Impulsionada por fatos externos, entre eles a Guerra das Malvinas e o lento colapso do bloco soviético, Thatcher parecia seguir a direção do vento. Ninguém percebia como suas pregações por democracia escondiam amizades pessoais com Augusto Pinochet e afirmações medonhas como “a sociedade civil não existe”. Ninguém queria perceber a transformação da economia britânica em uma tênue vidraça a ser quebrada na primeira crise real.
Depois veio Tony Blair, que passou anos a tentar convencer o mundo sobre o mito da Terceira Via, que transformaria seu reino em uma Cool Britannia moderna e glamourosa. Enquanto Blair se preparava para seguir George W. Bush em suas mais delirantes intervenções internacionais, tínhamos de ouvir seu amigo Anthony Giddens nos dizer que o Estado de Bem-Estar Social havia acabado e que a sociedade de risco viria para ficar. Só faltou explicar que nesta sociedade os riscos são divididos de acordo com a boa e velha lógica de conflito de classe, como vemos claramente agora. Ou seja, riscos são muito diferentes quando estou autorizado a pegar dinheiro que o governo investe em bancos falidos e pagar minhas bonificações e stock options.
Choque neoliberal, Terceira Via: depois de décadas de predomínio de tais absurdos, fica realmente difícil para a sociedade britânica voltar a pensar em alternativas concretas. Resta ver seu governo tentar vender, como remédio, as próprias causas da doença. De nossa parte, diremos ao ministro Osborne: creio que essa história de liderança ficará apenas na vontade.




quinta-feira, 29 de março de 2012

NASA divulga vídeo sobre correntes oceânicas da África

Eu já havia divulgado na nossa página no facebook mas resolvi publicar aqui também. Recentemente a Nasa divulgou um vídeo sobre as correntes oceânicas da África, o vídeo é lindo e vale a pena ser visto. 


                        




Tava Demorando: Xenofobia na Grécia

Infelizmente não é de se espantar que diante de toda a crise movimentos neonazista surgissem na Grécia e começassem a se voltar contra imigrantes que residem no país do Mediterrâneo. 

Sob as mesmas alegações de sempre: os imigrantes estariam roubando empregos dos gregos; o grupo já atacou imigrantes pelo país e já tenta ganhar cadeiras nas próximas eleições. 

Como se não bastasse isso, o grupo encontra apoio entre os gregos e pode ser que nas próximas eleições eles consigam algumas cadeiras de fato. 

Chega a ser absurdo que gente com pensamento tão pequeno ainda encontre apoio para difundir essas práticas completamente condenáveis. Todo esse episódio ainda remete a uma antiga questão que vem desde da segunda metade do século passado: quando precisavam de mão de obra pra reconstruírem os países arrasados pela guerra, os europeus não pensaram duas vezes e até faziam campanhas de atração de imigrantes; agora que o continente vive tempos de crise, os imigrantes não servem mais... Isso é tratar pessoas como se fossem material descartável, é ridículo. Mais ridículo ainda é que há pessoas que compactuam com essa ideia... 

O empobrecimento geral e o elevado número de imigrantes ilegais na Grécia deram origem a um violento grupo neonazista, intitulado "Amanhecer Dourado" (Jrysi Avgi), que pode conseguir representação parlamentar já nas próximas eleições antecipadas, previstas para abril e maio.
Após os distúrbios do último dia 12 de fevereiro, uma inquietante pintura apareceu em um dos locais atingidos do centro de Atenas: "Fogo aos hebreus", acompanhada pelo símbolo de uma forca em que estavam penduradas uma estrela de David e outra anarquista.
"Amanhecer Dourado" - cujo símbolo lembra uma suástica - está ganhando terreno e seus integrantes não duvidam em expor publicamente seus ideais xenofóbicos e sua opção pela rejeição aos imigrantes, que, por sua vez, são qualificados como uma "escória humana".
"Invadiram nossa terra e tiraram nossos trabalhos. Se conseguirmos o poder, vamos deportar todos os imigrantes e fechar novamente nossas fronteiras com minas, cercas elétricas e guardas", explicou àAgência Efe Ilyas Panayotaros, porta-voz do partido e candidato a deputado.
Fundado em 1993 pelo ex-oficial do Exército grego Nikolaos Mijaloliakos, o partido mantém vínculos com outros movimentos neonazistas europeus e, segundo as denúncias da imprensa e políticos gregos, com elementos da Junta Militar deposta em 1974 e, inclusive, com grupos da atual polícia.
Até o momento, o partido ainda não tinha recebido um apoio eleitoral relevante. Mas, nas últimas eleições municipais de 2010, a legenda conseguiu eleger um vereador na Prefeitura de Atenas (em alguns distritos com até 20% dos votos).
As enquetes das eleições gerais apontam que o partido deverá superar a barreira eleitoral dos 3%, o que poderia garantir uma dezena de cadeiras no parlamento.
Na última semana, no bairro de Aghios Pantelimonas, a tensão era evidente. Cerca de 2 mil pessoas participavam de uma passeata sob o lema "Fora neonazistas". No entanto, para evitar um possível confronto, as tropas antidistúrbios interromperam a manifestação e bloquearam a rua com ônibus blindados.
Isso porque, na Praça de Aghios Pantelimonas, aproximadamente 50 militantes do "Amanhecer Dourado" se manifestavam contra a imigração.
"Não há nazistas na Grécia. Eu seria um nazista simplesmente por ser um europeu branco e democrático que não quer imigrantes no seu bairro? A Grécia é muito pequena, mas a Ásia é muito grande. Portanto, podem voltar para os seus países", afirmou à Agência Efe Constantinos Alopis, um dependente, de 35 anos, que ganha 500 euros por mês.
Nos últimos anos, este bairro do centro de Atenas foi muito afetado pela crise e o desemprego aumentou visivelmente, algo que também afeta os próprios imigrantes, que vivem em grande número nessa região, muitos deles ilegais.
Muitos imigrantes, conscientes de que não há trabalho na Grécia, desejam agora ir para o norte da Europa. Porém, os controles de fronteira e a Regulamento Dublin II (que permite a terceiros Estados devolver à Grécia os imigrantes que entraram na União Europeia por suas fronteiras) os retêm no país mediterrâneo.
"Já são mais que nós no bairro e se dedicam apenas ao roubo e ao tráfico de drogas", criticou Eleni, uma moradora dos arredores de Aghios Pantelimonas.
Um idoso do local também assegurou que os militantes do "Amanhecer Dourado", "aproximadamente 400 em todo o bairro", se organizam e "protegem" os moradores dos supostos ataques dos imigrantes.
"Nossos integrantes participam junto com outros cidadãos nos grupos de autodefesa. De fato, nós queremos que eles sejam declarados oficiais e que disponham de plena autoridade", apontou o porta-voz de "Amanhecer Dourado".
No entanto, segundo diversas ONGs, os ataques são mais frequentes na outra direção, já que nos últimos três meses de 2011 foram registrados 63 ataques aos imigrantes e poucos chegaram a ser solucionados pelos tribunais.
Nesta semana, um tribunal de Atenas adiou pela quarta vez um processo pelo esfaqueamento de um refugiado afegão pelas mãos de três nacionalistas gregos, dado que um dos acusados não compareceu ao julgamento alegando razões médicas.
Trata-se de Zemis Skordeli, que apesar de não ser uma integrante, é considerada "amiga" do partido "Amanhecer Dourado".
"Não temos uma posição comum sobre se o "Amanhecer Dourado" deveria ser proibido", relatou àAgência Efe Kostis Papaioannou, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Grécia.
"O que temos claro é que a lei condena os discursos racistas que promovem ações violentas e, portanto, devemos cobrar das autoridades para a mesma ser cumprida", completou.