terça-feira, 19 de abril de 2016

A luta constate do indígena pela sua existência

Hoje é "comemorado" o dia do índio, os legítimos donos das terras que habitamos e sobre os quais os pilares da colonização foram construídos. 

Embora a data seja lembrada e muitas escolas reforçam esse dia, a questão indígena está muito além de pintar o rosto e produzir sons batendo repetidamente na boca como o esteriótipo manda. 

Ser indígena no Brasil é ser minoria. Minoria essa que historicamente passou por um processo de aculturação, pelo genocídio, pelo esteriótipo do índio vagabundo, de cultura estranha entre tantas outras atrocidades que fizeram do ser índio uma questão de luta contante pela preservação de sua verdadeira identidade, seus costumes e da alienação que é feita sobre sua etnia. 

De uma cultura riquíssima e bastante desconhecida, os indígenas possuem uma estrutura social bem diferente da nossa; afinal de contas a organização social por tribos em nada se compara a nossa organização. O mesmo vale para costumes, ritos, língua, tradições... que o tempo (os colonizadores e, posteriormente, nós mesmos) quase apagou; o que só não ocorreu graças a resistência dos poucos remanescentes das tribos existentes desde a "descoberta" do Brasil. 

Com o passar dos anos, o contato com o "homem-branco" alterou alguns de seus costumes e tradições. O que é visto por muita gente como um absurdo, pois o argumento se fundamenta no sentido da preservação do esteriótipo da pena presa à cabeça e nada mais. Grave erro de quem não olha para o próprio umbigo e não percebe o quanto a própria cultura nada mais é do que uma colcha de retalhos de várias outras, então, por que com o indígena seria diferente?

Como se não fosse pouco, atualmente a questão indígena se debruça sobre o conflito de interesses que envolvem suas reservas. Se para os mesmos a demarcação destas terras é um dos marcos fundamentais para sua sobrevivência, para agricultores, garimpeiros e madeireiros as reservas nada mais são do que mais uma fonte de riqueza a ser explorada, mas com um pequeno empecilho à frente. 

Não à toa vemos a presença dos indígenas em Brasília constantemente, até mesmo discordando de projetos do Governo como a hidrelétrica de Belo Monte por conta das enormes terras que foram alagadas para a construção da mesma, devido ao relevo plano da Região Norte que exige um volume maior de água para a usina exatamente pela insuficiência de quedas d´água capazes de movimentar as turbinas. 

Fato é que o dia de hoje não pode passar despercebido como uma simples data e a cultura indígena não pode sucumbir ao esteriótipo do índio preguiçoso. Que o dia de hoje sirva para que escolas promovam acesso a essa vasta cultura e ajudem a desconstruir esse mito em torno do índio, derrubando assim barreiras que foram impostas entre o "homem-branco" e o indígena ao longo de séculos. 

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