terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

4 anos depois e o que mudou?

4 anos se passaram desde Mariana e o que mudou? Absolutamente nada! 

Continuamos explorando nossos recursos naturais sem o mínimo de cuidado e com uma fiscalização risível que levou a mais um acidente de incalculável perda não só ambiental como humana. 

Mais uma vez, assistimos perplexos vidas serem levas pelo descaso, pela negligência e por uma série de erros e ausências que nem por uma tragédia anterior foram sequer alcançadas por uma tentativa de esboço de um controle de exploração dos recursos ambientais do nosso país de forma mais efetiva. 

Nem mesmo a tragédia de Mariana levou as autoridades a tomarem providências em relação não só as barragens de rejeito de minérios, mas a toda e qualquer questão ambiental que mereça atenção especial por parte dos órgãos fiscalizadores. Isso se reflete em dados da ANA que mostram que em 2017 apenas 3% das barragens no Brasil foram fiscalizadas

Como se não fosse pouco, a técnica utilizada pela Vale para armazenagem dos rejeitos era simplesmente a mais barata possível. Consequentemente não é difícil de imaginar que também é a mais frágil. 

E não há justificativa para o que ocorreu. Por mais caro que seja o dinheiro remanejado para que os órgãos responsáveis façam sua fiscalização de forma eficiente; não se comparada as tragédias sofridas por nós em menos de 5 anos. 

Perda de vidas humanas, destruição de patrimônio, perda de biodiversidade, perda de áreas agricultáveis, degradação ambiental em larga escala, levando décadas para se recuperar ou, muita das vezes, de forma irreparável, compõem uma lista imensa de perdas incalculáveis que a negligência da fiscalização ambiental em nosso país não poderá reaver jamais. 

Enquanto isso, existem pessoas que ainda tem a audácia de dizer que o IBAMA é uma indústria de multa. Algo que pode esvaziar ainda mais o poder de combate de um órgão que parece ter sido engavetado e que raras vezes mostra serviço; seja por falta de investimento, seja por corrupção ou mesmo negligência. 

Entretanto, mais uma vez, vemos o nosso país inteiro de comover com o fruto do descaso e falta de uma fiscalização mais efetiva, chancelado por anos de parco investimento em um órgão que deveria ser de fundamental importância para o nosso país, mas que é tratado como um parente que raramente é lembrado por alguém. 

No meio disso tudo, a música composta para o desastre de Mariana, infelizmente, mais uma vez, se torna o retrato de mais uma tragédia ambiental. 

E o questionamento permanece: Até quando desastres como esses continuarão acontecendo sem que nada seja feito, de fato, para preveni-los?




Nenhum comentário:

Postar um comentário