terça-feira, 22 de abril de 2014

No dia da Terra, temos mais que lamentar do que comemorar

Hoje comemora-se o dia da Terra, e como sempre precisamos de uma "data comemorativa" para recordar e refletir sobre as coisas, criamos o dia de hoje para este intuito. 

Pulando todo aquele discurso que estamos destruindo o nosso Planeta, basicamente com mais força desde a primeira Revolução Industrial, e que devemos pensar sobre isso e refletir sobre nossas atitudes. Acho que o bom para esse dia seria pensar e observar no que já está sendo feito para preservar a nossa casa. 

Desde o conceito de sustentabilidade e sua aplicação nas mais diversas áreas passando por medidas que reduzam a poluição, temos feito muita coisa para compensar o que o homem andou destruindo ao longo de séculos. Mesmo assim, ainda é pouco perto da destruição que causamos e que ainda estamos causando. 

Para se ter uma ideia, é só olharmos para o nosso umbigo. Por exemplo: em mais de 500 anos de exploração a Mata Atlântica foi reduzida a menos de 10% de sua floresta original; já o Cerrado, em 60 anos de exploração mais ou menos, já está alcançando os mesmos números que a Mata Atlântica. Temeroso isso, não?

Mesmo assim hoje podemos dizer que ainda vivemos uma batalha entre nós mesmos para manter a "casa em ordem". Se de um lado temos aqueles que preservam a Terra e tentam causar o menor tipo de prejuízo possível, do outro temos aqueles que não se importam com nada além do lucro e exploram a Terra de forma inconsequente e intensa. No meio deste duelo temos a Terra que já começa a dar seus sinais de esgotamento, acompanhada de sensíveis alterações no clima. 

Essa batalha se torna mais explícita quando acompanhamos as COPs realizadas pela ONU. Quando há a realização do evento, países do mundo inteiro se reúnem para discutirem que medidas podem tomar para, em conjunto, reduzirem as agressões ao Planeta. Já tivemos uma aqui no Rio há pouco tempo que até ganhou o nome de Rio+20. 

Durante essa conferência muito se fala e pouco se faz, exatamente por conta de um mesmo dilema: Aumentar e melhorar o desenvolvimento do seu país ou possivelmente frear este crescimento em nome de medidas que preservam o Planeta?. Com isso, apesar de diversas medidas serem discutidas ninguém toma a frente e as realiza exatamente por conta desse dilema... Só que a grande questão no meio disso é que desenvolvimento e preservação caminham lado a lado, basta investir e querer realmente isso. 

Sempre nas COPs o jogo é o mesmo: Se um se compromete em reduzir 6% de suas emissões de carbono, por exemplo, outro vem e se compromete a reduzir só 3%. O que gera uma discussão em torno dos desiguais valores e termina-se não fazendo redução alguma. Ou pura e simplesmente fazem como o Tio San fez na assinatura do Protocolo de Kyoto e diz que não vai assinar porque não vai parar sua economia por causa disso. (óbvio que isso é uma situação simplista, mas que eu prefiro usar por simples exemplo didático.)

Mas, como disse anteriormente, há sim a possibilidade de sustentabilidade e desenvolvimento caminharem lado a lado, basta querer. Por exemplo, podemos usar cada vez mais as chamadas energias alternativas para reduzir a utilização das hidroelétricas;as indústrias podem usar filtros em chaminés e tratar todo o resíduo industrial que produzem, ou armazená-los de forma adequada se for o caso. Florestas podem ser exploradas de forma inteligente sem que se degrade e mesma a tal ponto que leve à sua completa destruição. Do mesmo modo plantar, através da agroecologia, pode ser feito com a floresta "em pé" e não no chão. 

O problema é que fazer isso tudo traz um custo alto para empresas e para o governos que não se mostram inclinados a tal. Principalmente com o agravante de que medidas assim contrariam e muito aqueles que já utilizam a "antiga prática" e não se mostram nem um pouco interessados em mudá-la. 

Contudo ainda conseguimos ver mudanças já que a sociedade pressiona governo e empresas para que hajam de forma a não agredir indiscriminadamente o planeta. Isso sem contar que nós também podemos fazer a nossa parte, desde a separação do nosso lixo para reciclagem, passando pelo descarte do óleo em estações de coleta e até mesmo corrigindo certos hábitos nossos. 

Defender, preservar e cuidar da nossa casa é uma obrigação que devemos ter com nós mesmos e com as futuras gerações que virão. Até porque, do contrário, poderemos viver, se já que não  estamos vivendo, um cenário deste tipo... 


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