terça-feira, 22 de setembro de 2015

Rússia, Síria, EUA, Irã, Israel, União Europeia e Estado Islâmico - Mais um xadrez geopolítico pode ter início.

Há  rumores de uma possível intervenção russa na Síria, contra o E.I. e por incrível que pareça, pelo fim do regime político de Bashar Al-Assad no país. Se for confirmada essa intervenção, que cada vez mais ganha ares de verdadeira, mais um xadrez geopolítico está para ser montado. 

Neste tabuleiro, as peças se apresentam da seguinte maneira:

A Rússia se apresenta diante desta intervenção com segundas intenções, assim como todos no tabuleiro. Para os russos uma intervenção e possível fim do E.I. pode representar alguns pontos com países da Europa, mas por outro lado também pode significar uma pedra no caminho do Tio San, visto que, com a intervenção russa, a mira norte-americana teria que ser bem mais precisa, digamos assim, para evitar o risco do primeiro país em armamento nuclear do mundo acertar o segundo... 

Esta possível intervenção da Rússia, pode ter consequências para outra peça do xadrez, o Irã. Principal aliado sírio na região, o país é inimigo declarado do E.I. mas parece se aproveitar da situação para ver a Síria se dividir em diversas etnias diferentes. Não à toa os xiitas iranianos apoiam Assad na Síria (um dos motivos pelos quais ele ainda está de pé). 

E se os xiitas iranianos entram neste xadrez, os sunitas da Arábia Saudita, mais uma peça, não poderiam ficar de fora. Já que em uma Síria destroçada pela guerra civil, xiitas e sunitas poderiam travar nova batalha pelos escombros de um país que se vê numa situação cada vez mais insustentável. Esse possível clima de instabilidade na região, talvez possa elevar o preço do petróleo e, neste caso, a economia russa baseada no petróleo e no gás natural, agradece. 

Se realmente intervir, Moscou ainda reforçará sua presença no mediterrâneo, ganhará pontos com a Europa e, de quebra, quem sabe, ainda pode ver sanções pela anexação da Crimeia serem abrandadas ou até "esquecidas" e a questão com a Ucrânia ser tratada de forma mais diplomática. 

Quanto ao Tio San, que não poderia faltar neste xadrez, claro; a intenção é minar o Irã com a deposição de Assad da Síria. Até porque a relação Irã - EUA já vem azeda desde a revolução iraniana de 79 e de lá pra cá não tem dado sinais de significativa melhora. Com isso derrubar um dos aliados iranianos, atenderia as intenções norte-americanas, já que a perda de um aliado pode significar seu enfraquecimento.  

Correndo por fora neste xadrez, ainda temos Israel que observa com preocupação este cenário e pode usá-lo com desculpa para um recrudescimento ainda maior em relação aos palestinos. 

Fato é que neste jogo, o primeiro movimento, ao que tudo indica, será o russo. Pelo menos suas peças já estão sendo postas no tabuleiro, como você pode conferir no mapa abaixo. Agora, as consequências desse movimento só saberemos quando o xadrez começar de fato. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/09/1681322-acao-da-russia-na-siria-pode-reconfigurar-regiao.shtml






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