sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A pior seca desde o último século aguarda o Nordeste.

Esta semana, foi divulgado que a Região Nordeste enfrentará mais um ano de seca (o sexto consecutivo) tornando esta a pior seca que a região já enfrentou nos últimos 100 anos!. 

Parecendo estar mais preocupado em resolver o problema da sua imagem do que o problema da seca no Nordeste, o Governo já está investindo em propaganda para explicar que a culpa não é dele... Melhor seria se investisse para acelerar as obras que, para variar, não ficarão prontas a tempo de enfrentar a seca que se anuncia. 

Esta questão da seca levanta uma discussão já antiga sobre a causa deste fenômeno na Região Nordeste. 

Claro que podemos levantar aqui as causas políticas desse mal que assola a região Nordeste, mas acreditamos que isso pode ser bem (mas não completamente) sintetizado nos dizeres de um ex-presidente que dizia ser a seca no Nordeste um problema de cerca... 

Quanto as demais causas de ordem física podemos citar duas:

A primeira delas diz respeito aos ventos alísios que são ventos que sopram de forma concêntrica em direção à áreas próxima da linha do Equador. Estes ventos "empurram" as frentes úmidas e quentes que são enviadas pela mEa (massa equatorial atlântica), fazendo com que as chuvas ocorram nas áreas litorâneas do Nordeste, dificultando a sua penetração no interior da Região.

A segunda diz respeito ao Planalto da Borborema que, por ser tratar de uma barreira orográfica, força o acontecimento da chamada chuva orográfica (esquema abaixo). 

Fonte: geoprotagonista.blogspot.com
Neste esquema percebemos que a nuvem não consegue transpor a barreira orográfica (o planalto da Borborema, no caso) permanecendo estagnada a barlavento até que a precipitação ocorra e a nuvem se torne mais "leve" e, assim, consiga "passar por cima" do planalto e chegar ao outro lado, a sotavento. Contudo chegará com menos água e, consequentemente, o regime de chuvas será bem menor. 

De maneira básica, são esses dois fatores que interferem na seca do Nordeste, mas também podemos citar a interferência do El Niño (aquecimento das águas do oceano Pacífico) e da La Niña (resfriamento das águas do Pacífico). 

Claro que, apesar desses fatores desfavoráveis, se tivéssemos um pouco de vontade política, a região Nordeste talvez hoje não estivesse passando por mais um ano de seca. Mas enquanto o problema da região também envolver a cerca presenciaremos notícias lamentáveis como essa. 

Com informações do Estadão

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