terça-feira, 20 de setembro de 2016

Para refletirmos

Hoje, as palavras não serão nossas, mas vale a pena refletir sobre elas nos dizeres do Prof. Mário Sérgio Cortella que responde, com maestria, a nosso ver, a uma pergunta espinhosa mas que deve sim ser discutida. 

Afinal de contas, qual é o papel da escola?


terça-feira, 13 de setembro de 2016

É Paralimpíada ou Paradetransmitir mesmo?

Caros leitores do blog,

Primeiramente, perdoe-nos o trocadilho, mas hoje o assunto que abordaremos se desdobra em outro que deveria ser também mais uma conquista para os cidadãos cariocas, o famoso legado olímpico, mas que está passando despercebida, assim como o evento das paralimpíadas. 

Infelizmente, as transmissões que suspendiam novelas e programas, as emissoras com seus 300 canais para cobrir por completo as olimpíadas, deram lugar a meros boletins (geralmente na madrugada, no caso da TV aberta) e a "flashes" durante a programação tão rápidos quanto o próprio herói dos quadrinhos de nome semelhante. 

Jogos como os paralímpicos deveriam ter, no mínimo, a mesma importância dada para os olímpicos. Superação define esses atletas que driblam as dificuldades e se tornam exemplos disso ao buscarem, mesmo com todas as limitações, a prática de esportes. Porém, parece que a esse enorme exemplo de humanidade e superação não é dado a mínima. 

A abertura sequer foi mostrada nas grandes redes, pouca gente sabe que o evento está rolando na cidade e, salvo engano, apenas a tv que pertence ao governo federal está realizando transmissões dos jogos ao vivo e na íntegra na tv aberta. 

Um evento importantíssimo que serviria para se levantar várias bandeiras defendidas pelas pessoas que apresentam alguma deficiência, principalmente no tocante a acessibilidade está sendo apagado pela pouca, ou nenhuma, importância ao mesmo dada. Esta questão, que não é um problema exclusivo da cidade que realiza os jogos, poderia voltar os olhos da população - e do poder público, claro - a questão da acessibilidade aos portadores de necessidades especiais. 

São pouquíssimos os lugares, públicos ou privados, que são pensados também para atender a esta questão. Algumas conquistas foram alcançadas como os ônibus que possuem vagas reservadas para cadeirantes, mas isso ainda é pouco. 

Espaços precisam se adequar as necessidades de TODOS os cidadãos. Já não cabe mais a humilhação e dependência da boa vontade alheia para que obstáculos como rua esburacadas e calçadas sem rampas ou com piso especial, por exemplo, sejam vencidos. 

Os jogos paralímpicos seriam uma vitrine e tanto para chamar a atenção dos governantes por todo o mundo; já que se trata de um evento mundial, a se dedicarem para questões ligadas a acessibilidade. Infelizmente, parece que se faz questão de manter as paralimpíadas e a questão da acessibilidade nos espaços, invisíveis a sociedade em geral.  

Com isso, perdemos nós por não termos um acesso pleno a este tipo de evento que na verdade é uma lição de vida e tanto, assim como se perde uma ótima oportunidade de se divulgar a causa da acessibilidade e cobrar das autoridades propostas que permitam cada vez mais o deslocamento de todos os cidadãos. Afinal de contas, o direito de ir e vir pertence a todos, sem exceção. 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Até 2030 a população brasileira será de maioria idosa. O que isso representa para o nosso país?

Segundo publicação do site UOL, estima-se que até 2030 a população brasileira será de maioria idosa. 

Essa mudança na nossa estrutura etária, causará uma série de impactos em nosso país. Impactos esses que exigirão mudanças na economia, na gestão pública, nos transportes e até mesmo na forma como os espaços se montam e remontam para atender a este montante da população que será maioria em menos de duas décadas. 

Dentre os impactos dessa mudança no nosso perfil populacional, podemos citar os seguintes:

  • Repensar os equipamentos urbanos > Com uma população de maioria idosa, certos equipamentos urbanos terão de ser repensados. Os ônibus terão que apresentar pisos mais baixos (isso já acontece em algumas cidades), sinais de trânsito terão um tempo maior de travessia para os pedestres, locais terão que ter seus acessos facilitados por meio de rampas e elevadores. Enfim, diversos equipamentos urbanos terão de ser repaginados para atender a esta fatia de nossa população. 
  • Investimentos cada vez maiores na saúde pública > As esferas de governo terão que investir cada vez mais na saúde. Desde a contratação de mais geriatras para os hospitais públicos como campanhas de vacinas voltadas para esta faixa etária da população, como já acontece com a vacina da gripe, por exemplo. Haverá também que se investir em pesquisas para doenças que afetam mais os idosos, como o Alzheimer, por exemplo, para descobrir formas de combatê-las ou retardá-las. 
  • Incentivo a políticas natalistas > Também caberá ao governo investir em políticas natalistas para que, a longo prazo, a nossa pirâmide etária volte a ter o predomínio da população jovem. Em curto e médio prazo, a solução pode ser um incentivo à migração. Visto que os imigrantes chegariam aqui já em idade de poder trabalhar. 
  • Cobrir o "rombo" da Previdência Social > Com uma população de maioria idosa, é natural que se tenha um número maior de aposentados do que de trabalhadores. No entanto essa conta simples se torna nociva à Previdência Social que, logicamente, estaria "gastando" mais e "arrecadando" menos. Uma das soluções para isso pode ser o ponto acima levantado. Outra consiste em prolongar o tempo em atividade da população idosa. Essa questão, meio duvidosa - pelo menos para nós - se pauta no aumento da expectativa de vida ter aumentado em nosso país nos últimos anos. Embora esse ganho de anos a mais não signifique que serão vividos com qualidade, a ideia é estender para cada vez mais tarde a idade para poder se aposentar. Neste caso a experiência dos idosos seria aproveitada para ensinar e treinar os mais jovens, aqueles que estarão começando a trilhar o caminho que os idosos já percorreram e, portanto, tem muito a lhes ensinar.
  • Outro ponto que também podemos destacar refere-se a participação dos idosos na economia, especialmente no setor de turismo. Se o atual governo não resolver extinguir, existe um programa do governo federal chamado viaje mais melhor idade que incentiva os idosos a viajarem pelo Brasil. Com isso, ganha o setor de turismo, pois geralmente essas viagens são realizadas em época de baixa temporada; ganha a economia do país, em suas mais diversas escalas, com o consumo dos idosos desde a alimentação até as famosas lembrancinhas pra família; e, claro, ganha o idoso, com a possibilidade de entrar e explorar um mercado que, verdade seja dita, não é voltado para eles. 


Fato é que com o perfil etário de nossa população se modificando, e rapidamente, mudanças deverão ocorrer nos mais diversos departamentos. As ações que elencamos acima são apenas o começo dos impactos e das mudanças que são necessárias para atender aquela que será a maior parcela da nossa população tão logo se inicie a terceira década deste milênio. 

Se elas serão feitas - e a contento - serão cenas dos próximos capítulos... 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Cinema, Pipoca e Geografia! - Memórias Secretas

A indicação de hoje é de uma temática que pode parecer batida, mas os assuntos e as formas de abordá-los são inesgotáveis.

Trata-se do filme "Memórias Secretas" que conta a história de um idoso, chamado Zef, que possui problemas mentais, em sua saga para encontrar o executor de sua família inteira no período em que ficou detido em Auschwitz durante a segunda guerra mundial e fazê-lo pagar com a morte pelo extermínio de sua família. 

Com a ajuda de um amigo, acompanhamos Zef enfrentando várias situações que o fazem recordar os horrores da segunda guerra, além de ter que lidar com seu problema mental relacionado a perda de memória, cruzando os EUA e cruzando até a fronteira com o Canadá em sua busca. A história é muito bem elaborada e o final é surpreendente!

O filme é ótimo para permear questões relacionadas à segunda guerra mundial e pode render outros assuntos que são abordados ao longo do filme, mas que não revelaremos aqui para não estragar a graça do mesmo. 

Com um enredo fantástico e um final impressionante, o filme é uma ótima pedida! Seja para um debate em sala de aula ou para acumular conhecimento, vale a pena conferir!

Fonte: www.gigantedascapas.net

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A medalha foi de prata, mas a causa foi de ouro

Apesar de não ter ganho grande repercussão na mídia, que ainda festeja os louros da primeira olimpíada da América do Sul, o protesto do etíope sobre as condições de seu povo em seu país, feito ao ganhar a medalha de prata na maratona, valeu ouro. 

O maratonista conseguiu trazer à tona uma questão que, como muitas na África, vivem no esquecimento e não são amplamente divulgadas. Talvez o panorama fosse outro se o continente estivesse do outro lado do mediterrâneo, mas isso são "outros quinhentos..."

Fato é que o maratonista, pertencente ao povo de Oromia, relata que o governo etíope persegue, prende e até mata o seu povo por protestarem contra o mesmo. Segundo estimativas, mais de 400 pessoas já morreram desde que os protestos começaram no país. 

Infelizmente, esta é mais uma de milhares de histórias de horror que são contatas no continente africano; isso sem contar as que não sabemos. De regimes ditatoriais, passando por guerras civis, sem esquecer do apartheid e massacres de povos por governos, o leque de atrocidades é imenso. 

Essa história remete mais uma vez a uma antiga problemática que permeia o continente: as fronteiras artificiais. Que se desenham da seguinte forma: 

Culturalmente, a organização das sociedades africanas é bem diferente da nossa (europeia). Enquanto nós nos organizamos em estados, províncias, países e etc. os africanos se organizam em tribos, assim como os indígenas. 

Durante o processo de colonização do continente africano, os europeus dividiram o continente (diz a lenda que a divisão foi feita com uma régua sobre o mapa africano, literalmente!) em diversos países, impondo as tribos africanas organizações territoriais diferentes das quais elas estavam acostumados. A questão é que a criação desses países acabou fragmentando tribos por diversos países, como também acabou colocando tribos inimigas dentro de um mesmo Estado. 

O resultado dessa receita de bolo mais que explosiva são conflitos que permearam o continente durante décadas. Um deles até virou filme, que já recomendamos neste blog. Trata-se de Hotel Ruanda.   

A disputa pelo poder entre tribos rivais, gerou e gera até hoje, conflitos e guerras como a relatada pelo etíope durante sua entrevista após o protesto ao final da maratona. 

O maratonista agarrou a imensa oportunidade que teve de jogar um pouco os holofotes para os horrores vividos em seu país e, quem sabe, mobilizar o interesse público sobre mais um caso de violência e morte neste continente que parece ser esquecido pelo mundo. 

Mesmo após o protesto, o maratonista agora teme ser morto pelo governo. Pode parecer até exagero da parte dele, mas se pararmos pra pensar que o "foco" da atenção pública ainda se remete aos jogos olímpicos e que Etiópia não é um país que se vê com frequência nos noticiários, a possibilidade disso realmente acontecer, devido ao "esquecimento" da questão, é considerável. 

Embora o governo tenha acenado com boas-vindas ao atleta, é uma triste possibilidade que deve sim ser considerada. Ainda mais se levarmos em conta que, até então, não se tinha notícias desse conflito em larga escala e o interesse no mesmo não parece ser tamanho a ponto de acompanhar o desenrolar dessa história. 

Esperamos que os "minutinhos de fama" do etíope para expôr a sua causa, sejam mais do que apenas isso; e que os olhos do mundo se voltem para mais este triste capítulo da história deste tão sofrido continente. 


Com informações do IG, Globo Esporte, Zero Hora e ESPN