domingo, 3 de outubro de 2010

Sarkozy fazendo escola, infelizmente

Apesar da bola da vez da xenofobia ser o presidente francês, esse sentimento desprezível já se alastra pela Europa faz tempo e outros países também fazem práticas xenofóbicas implícita ou até mesmo explicitamente e casos já começam a repercutir, como na Suécia e na Alemanha. Lamentável.



A eleição sueca de 19 de setembro confirmou uma perigosa tendência vista em vários países do antigo “Primeiro Mundo”: o crescimento da direita populista baseada na intolerância aos migrantes. Principalmente os vindos do antigo “Terceiro Mundo”, mas também minorias  originárias de países mais pobres da própria Europa, como os ciganos da Romênia – frequentemente com conotações racistas implícitas e às vezes muito explícitas.
Na Suécia, o partido xenófobo da direita – por ironia, “Democratas da Suécia” – obteve 5,7% dos votos e 20 das 349 cadeiras do Parlamento e pôde ser o fiel da balança em um Legislativo dividido quase ao meio entre conservadores e social-democratas, com ligeira vantagem para os primeiros. “A bandeira da tolerância foi arriada e forças obscuras fizeram a democracia sueca de refém”, escreveu o editorial do jornal conservador Expressen.
Na Alemanha, o diretor do Banco Central e político social-democrata Thilo Sarrazin (cujo sobrenome, ironicamente, é cognato de “sarraceno”) publicou um livro chamado A Alemanha Destrói a Si Mesma, no qual incita a xenofobia popular afirmando que, ao “produzir mais garotinhas de véu”, turcos e árabes reduzirão os alemães a minoria no próprio país até 2100 e serão 70% em 120 anos. A obra transpira não só  preconceito cultural, como também racismo, pois atribui o mau desempenho escolar dos filhos de imigrantes à genética. Mas a primeira edição esgotou-se em dias e 18% dos alemães se disseram dispostos a votar no partido que o autor fundar. Mein Kampf não teve uma recepção tão entusiástica enquanto Hitler não chegou ao poder.

Extraído de cartacapital.com.br

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